O vento balança meus cabelos. Estou no parapeito da janela do último andar do prédio. Já estaria lá embaixo se não fosse tão covarde.
O que me trouxe até aqui? O amor. Não o amor propriamente dito e sim sua ausência. Amar uma pessoa por anos seguidos e ver seu tempo ser desperdiçado em nome de alguém que nem se dá ao trabalho de lembrar sua existência não é fácil. E eu cansei. Cansei de verdade.
Sabe quando você lê aqueles textos de auto-ajuda em que diz que sempre se deve manter a calma, contar até 10 e pedir forças ao universo? Então, nada disso funcionou comigo. Já tentei esquecê-lo e ser mais feliz. Impossível. Já tentei fugir sem olhar pra trás, mas meus olhos não me obedeceram. Essa é minha última tentativa. Ou me jogar ou cair.
Ou me jogar ou cair, sabe qual a sutil diferença? Se eu me jogar estarei jogando a toalha, estarei assinando o meu termo de fracasso e estarei desistindo.
Se eu cair, vai ser só uma consequência. Vai provar mais ainda a minha covardia de nem a dor conseguir acabar. Eu só estaria agindo da forma mais fácil.
Mas com o amor nunca é assim, nunca é fácil. É 8 ou 80. Quente ou frio, morno não serve. E passamos o tempo todo oscilando entre cair e se jogar, mas entre e cair ou se jogar no amor nunca faz diferença, porque sabemos que não queremos saber o que há no final do buraco e nunca queremos que o amor acabe.
Sentei no parapeito e fiquei sentido o vento balançar meu cabelo. Entre se jogar ou cair eu prefiro a liberdade. E atrás dela que eu vou.
Postar um comentário