10 de dez. de 2021
Todos os dias o Facebook faz questão de me mandar uma notificação sobre todas as postagens já feitas por mim naquele dia em outros anos, e toda vez eu faço questão de entrar na página e ler cada post.
Criei o meu perfil
em 2010, no mesmo ano que o blog foi criado e a minha versão de 14 anos é uma coisa em que não me enxergo mais.
Eu costumava postar
trechos das músicas que mais gostava, recortes dos meus dias na escola,
pequenas notas sobre coisas corriqueiras que hoje não fazem o mínimo sentindo
pra mim. Em muitas publicações, parabenizo pessoas que nem sei quem são e que
nem estão mais na minha rede de amigos, elogio pessoas pelas coisas mais bobas
de todas e deposito todos os meus pequenos sonhos que queria na época como
escrever um livro e mudar para São Paulo.
Me perdi esses dias
em um devaneio após rolar por todas as publicações e me perguntei em qual ponto mudei tanto para não me reconhecer mais. Não consigo enxergar o momento
que deixei alguns sonhos e desejos de lado e gerei outros novos. E a vida é
realmente engraçada, pois damos muita
importância para algumas coisas que daqui alguns anos nem lembraremos mais.
Passei por tantas
mudanças físicas quanto comportamentais, e ter isso registrado é um tanto
estranho quanto reconfortante. Esse registro digital me faz lembrar de cada dor
que senti, de cada pessoa que amei, de cada medo que eu tive e que hoje vejo
que eram menores que eu. Amei lembrar das músicas que tanto escutava e em
como até hoje consigo lembrar de todas as letras. Vi fotos com amigos que
não converso mais, e senti saudade de falar com eles para pelo menos ver como
estão, vi pessoas que perdi e o momento em que conheci outras.
Eu sei que daqui um
tempo, essa pessoa que sou agora não irá existir. Vou ter outra música
favorita, vou ter assistindo um filme que vai mudar minha visão, vou ter
viajado para algum lugar que vai dar um novo sentindo pra minha vida e está
tudo bem. Eu quero todas as mudanças possíveis, mas quero que adquirir a
sabedoria de aprender com cada mudança e fazer serem positivas, mesmo quando as
mudanças me tirarem da minha zona de conforto e machucar meus ossos.
Quero sempre mudar e
conhecer uma versão melhor minha, mas não quero nunca esquecer quem eu já
fui. Quero poder me lembrar de cada detalhe e continuar aprendendo com o
passado para ter um presente melhor.
E sobre todas as coisas
que o Facebook podia nos conectar, eu nunca imaginei que ele me conectaria com quem fui no passado.
Você costuma se perder
nas memórias do passado ou prefere sempre pensar no presente?
Beijos
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