Dicas de Livro: Distopias femininas

Foto de Priscilla Du Preez na Unsplash

Hey gente, tudo bem com vocês?

Se você era adolescente entre 2011 até por volta de 2016, sabe o quanto as distopias estavam presentes nos livros e nas adaptações dos filmes. Eram os Jogos Vorazes, Divergente, Maze Runner e diversas outras histórias que nos amedrontavam pelo futuro distante e também nos faziam conhecer adolescentes poderosos que conseguiam derrubar governos. Eu amava todas essas distopias e depois de um tempo comecei um tipo diferente que são as distopias feministas.

Uma distopia é uma sociedade imaginária com efeitos negativos, é como imaginar um futuro perfeito, mas perceber que existe um lado podre onde algum grupo sofre enquanto outros prosperam. A grande sacada das distopias é que geralmente são baseadas em situações do nosso mundo atual e amplificadas ao tenebroso.

A distopia feminista/feminina segue o mesmo padrão da normal, entretanto, temos o ingrediente de ser um ambiente hostil as mulheres ou onde elas tem muito poder. Quando pensamos em distopia feminista, o maior título que surge com certeza é O Conto da Aia da  Margaret Atwood onde temos um futuro onde a teocracia cristã predomina e as mulheres são divididas em castas e as aias são as mulheres férteis onde seu único propósito é engravidar para gerar filhos aos comandantes e suas esposas. Esse livro é o terror de toda mulher, onde não se existe liberdade de expressão e a violência contra as mulheres atingem diversos níveis.

É totalmente assustador pensar que distopias podem acontecer, mas como já falei, as distopias são apenas uma forma mais exagerada de coisas que acontecem hoje mesmo. Então, separei algumas distopias feministas para quem quer ler esse gênero, vamos ver?

O silêncio das filhas - Jennie Melamed

O silêncio das filhas da Jennie Melamed conta a história de um grupo de meninas que vivem em uma ilha isolada e controlada por homens. Elas são ensinadas a obedecer e a temer o mundo exterior, mas algumas delas começam a questionar as regras e os segredos da comunidade. O livro explora temas como opressão, feminismo, sexualidade e resistência.

Vox - Christina Dalcher

Vox é um romance distópico de Christina Dalcher que imagina um futuro em que as mulheres são limitadas a falar apenas 100 palavras por dia. A protagonista, Jean McClellan, é uma linguista que se rebela contra esse sistema opressivo e tenta recuperar sua voz e sua liberdade. O livro explora temas como o machismo, a religião, a política e a resistência.

O Poder - Naomi Alderman

O Poder imagina um cenário em que as mulheres desenvolvem a habilidade de dar choques elétricos em outras pessoas. A obra explora as consequências dessa mudança de poder na sociedade, na política, na religião e nas relações pessoais. O livro acompanha a trajetória de quatro personagens principais: uma jornalista nigeriana, uma prefeita americana, uma órfã inglesa e um jovem monge moldavo. Tem uma adaptação já disponível na Amazon Prime.

As Horas Vermelhas - Leni Zumas

As Horas Vermelhas da americana Leni Zumas imagina um cenário distópico em que o aborto é ilegal nos Estados Unidos e as mulheres têm seus direitos reprodutivos cerceados. A história acompanha a vida de cinco mulheres que enfrentam diferentes dilemas relacionados à maternidade, identidade e liberdade em uma pequena cidade no Oregon. O livro é uma crítica à opressão patriarcal e uma defesa da autonomia feminina sobre o próprio corpo.

O Ano da Graça - Kim Liggett

O Ano da Graça conta a história de Tierney James, uma garota que vive em uma sociedade patriarcal e opressora. No seu décimo sexto aniversário, ela é enviada para o bosque com outras garotas da sua idade, para se livrar da suposta magia que as torna perigosas para os homens. Lá, ela enfrenta diversos perigos e desafios, e descobre segredos sobre si mesma e sobre o mundo que a cerca. É um livro de suspense, aventura e feminismo, que mostra a força e a coragem das mulheres.

A Escola de Boas Mães - Jessamine Chan

A Escola de Boas Mães é um livro de Jessamine Chan que conta a história de Frida Liu, uma mãe que é enviada para uma instituição correcional por cometer um erro em um futuro distópico onde as mulheres são vigiadas e cobradas pelo Estado. É uma obra que fala sobre feminismo, maternidade e opressão, e que está sendo adaptada para uma série de TV. O livro é uma distopia realista e irônica que mostra as violências que as mulheres sofrem na sociedade.

Graça e Fúria - Tracy Banghart

Graça e Fúria é um livro de fantasia que conta a história de duas irmãs que vivem em um mundo onde as mulheres não têm direitos. Serina, a mais velha, foi treinada para ser uma graça, uma das três esposas do governante. Nomi, a mais nova, foi escolhida para ser sua aia, mas acabou sendo selecionada como graça pelo herdeiro. As duas se veem separadas por um destino cruel: Serina é enviada para uma ilha-prisão e Nomi fica presa na corte, cercada de intrigas e perigos. Elas terão que lutar pela própria liberdade e pelo reencontro. É um livro cheio de ação, romance e reviravoltas, que mostra a força das mulheres em um mundo opressor.

Terra das Mulheres - Charlotte Perkins Gilman

Terra das Mulheres narra a descoberta de uma sociedade utópica formada apenas por mulheres, que vivem sem conflitos, violência ou opressão. Três exploradores homens se aventuram nesse país misterioso e se deparam com uma cultura muito diferente da sua, baseada na cooperação, na educação e no respeito. O livro é uma crítica ao patriarcado e ao machismo, e uma reflexão sobre como seria um mundo sem a presença masculina.

Eu que nunca conheci os homens - Jacqueline Harpman

Eu que nunca conheci os homens é um romance distópico da escritora belga Jacqueline Harpman. A história se passa em um futuro pós-apocalíptico, onde um grupo de 40 mulheres que vivem em uma prisão subterrânea e dentre essas 40 mulheres, tem uma menina que nunca conheceu nada além dessa prisão. Ela nunca viu o mundo exterior nem conheceu nenhum homem, e se questiona sobre sua origem, sua identidade e seu destino. O livro explora temas como a solidão, a liberdade, a memória e o sentido da vida.

Eu considero a distopia feminista um gênero que todas as mulheres devem ler pelo menos um livro para entender o poder que o governo pode ter sobre nós. Mais que nunca, as mulheres precisam ocupar posições e profissões variadas para criar uma sociedade mais igualitária e onde mulheres possam ter voz para evitar ter seu futuro decidido por homens.

E você, já leu algum desses livros? Ficou com interesse em algum?

Beijos