Eu sinto falta

Eu sinto falta dos lugares que nunca conheci. Sinto falta das pessoas que não conversei e das memórias que não vivi.

Sinto falta de comer tteokbokki na Coréia do Sul e de tomar gelato sob o sol da itália.

Sinto falta dos livros que não li,  das piadas que não contei e das pequenas coisas pelas quais não fui grata.

Eu me arrependo de muitas coisas que falei, pessoas que não abracei, momentos que gravei na alma por achar que seriam importantes e que voltaram para me assombrar. 

Me arrependo das coisas que fingi não ver, dos sinais que ignorei. Me arrependo de abril, de janeiro, e de fazer aquela ligação em junho e plantar a dúvida em mim, como se isso absorvesse seus erros.

Eu sinto falta da época que não sabia que algo podia doer tanto. Que a dor emocional pudesse se tornar ossos quebrados e um coração fragmentado.

Eu sinto falta de ter algo em quê acreditar. Sinto falta da leveza do fim do dia e do peso a menos nos ombros.

Eu sinto falta e me arrependo de muitas coisas, mas tudo agora é irrelevante. A linha entre o "e se" e o "se eu não" é tênue demais e temo despencar se tentar me equilibrar na ideia de que eu poderia alterar algo.

Na real, eu sinto falta de quem não pude me tornar.